
- O cânone do Antigo Testamento. Os 39 livros da Bíblia hebraica, que são reconhecidos pelos judeus e pelas igrejas da Reforma (protestante) já faziam parte de um cânone hebraico por volta do século II antes de Cristo. A formação desta colectânea foi progressiva. Os primeiros textos a alcançar reconhecimento oficial foram os da Torá, na época imediatamente a seguir ao exílio (do século VI antes de Cristo). Seguem-se os textos dos Profetas, por volta do século IV antes de Cristo. Mais tarde, no século II antes de Cristo, foi a vez dos Escritos. A necessidade de se criar uma lista oficial amadureceu, sem dúvida, também por causa da difusão da versão grega da Bíblia conhecida pelo nome dos Setenta (LXX), que adiciona à lista oficial dos 39 livros mais sete textos: Tobias, Judite, Macabeus 1 e 2, Sabedoria, Ben Sirá (Eclesiástico) e Baruc. Essa versão será logo adoptada pelas primeiras comunidades cristãs; esses sete livros serão depois chamados "deuterocanónicos" (ou do segundo cânone). Nas Bíblias ecuménicas (a TOB, por exemplo) eles serão reagrupados num apêndice, no final do Antigo Testamento.
- O cânone do Novo Testamento. Os 27 livros do Novo Testamento têm uma história mais complexa. Na lista mais antiga que possuímos (de cerca do ano 180 depois de Cristo), quer dizer, a de Ireneu, bispo de Leão, faltam a carta de Tiago, a 1ª carta de Pedro e a 2ª carta de João. Também no fragmento muratoriano, que é uma lista oficial dos textos bíblicos de cerca do ano 190 depois de Cristo (e tem essa designação devido ao nome de quem o descobriu em 1740-L. A. Muratori) faltam 5 das 7 cartas católicas. Os 27 livros obtêm reconhecimento no seu conjunto apenas no ano 367 depois de Cristo, numa carta de Atanásio, Padre e Doutor da Igreja; ao passo que a lista oficial só conseguiria confirmação definitiva e solene nos concílios de Florença (1431) e de Trento (1546).
Desafio: Será que Deus ditou os textos aos autores sagrados?
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